Skip to content

Museu do Negro é inaugurado em Macapá e abre as portas para a história viva da população afrodescendente

Equipamento valoriza a ancestralidade negra, estimula o turismo e se torna marco da cultura afro-amapaense

Por Sarah Lopes - Secretaria Municipal de Comunicação Social

Museu do Negro – Museu de Artes, Culturas e Memórias Negras | Foto: Jesiel Braga/PMM

O Museu de Artes, Culturas e Memórias Negras foi inaugurado nesta sexta-feira (27) pela Prefeitura de Macapá, como o primeiro espaço cultural permanente da cidade voltado exclusivamente à valorização da história, da arte e da identidade da população negra.

O museu é coordenado pelo Instituto Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Improir) e reúne um acervo diverso e vivo: esculturas africanas, fotografias históricas, objetos do cotidiano, cerâmicas quilombolas, arte contemporânea e livros.

Memórias e vozes da ancestralidade negra

Entre esculturas, fotografias e objetos de memória ancestral, a sala de arte e literatura abriga também palavras que atravessam o tempo. Uma das autoras homenageadas é Negra Áurea, escritora amapaense cujos livros sobre empoderamento feminino agora fazem parte do acervo do museu.

“Divulgar o nosso trabalho é dar vida às nossas histórias. Durante muito tempo, mulheres negras escreveram sem serem lidas, sem serem vistas. Ter meus livros aqui é dizer que nossas vozes importam, que nossas vivências merecem ser contadas e compartilhadas com orgulho”, diz, emocionada, ao ver seus livros expostos em espaço público dedicado à negritude.

Macapá é a segunda capital brasileira com o maior percentual de população negra, com 76% dos moradores se autodeclarando pretos ou pardos, segundo o Censo 2022 do IBGE. Esse dado reforça a importância do museu como um espaço que valoriza e preserva a identidade afro-amapaense, refletindo a diversidade e a força cultural dessa população.

Espaço coletivo e participativo

Durante a cerimônia de entrega, a diretora-presidente do Instituto Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Improir), Cristina Almeida, destacou que o museu foi idealizado com base na escuta ativa de comunidades tradicionais, artistas e lideranças negras locais, e que seguirá sendo um espaço coletivo, construído de forma viva e participativa.

“Aqui, cada peça, cada obra e cada livro contam uma parte da nossa história. Mas o mais importante é que, a partir de agora, nosso povo terá onde se reconhecer, e nossos ancestrais, onde serem lembrados com dignidade”, destacou.

Estrutura e funcionamento

A estrutura abriga três salas expositivas: uma permanente, uma temporária e outra dedicada ao Marabaixo. A sala literária é um espaço de encontro entre palavras e pertencimento, onde autores e autoras negros do Amapá passam a ocupar, com dignidade, o lugar de referências culturais.

Um momento importante durante a entrega aconteceu quando o prefeito de Macapá sancionou a Lei nº 2.927/2025, oficializando a criação do Museu de Artes, Culturas e Memórias Negras de Macapá. A norma estabelece o museu como uma instituição pública permanente, com a missão de preservar, valorizar e comunicar o patrimônio material e imaterial construído pelas populações negras no município.

“Macapá é uma cidade construída pelo trabalho e pela cultura do povo negro. Este museu é um gesto de respeito, de reparação e de compromisso com a verdade da nossa história”, afirmou o prefeito Dr. Furlan durante a cerimônia de sanção da lei.

O museu funcionará de terça a domingo, das 9h às 17h, com entrada gratuita. Além das exposições, contará com biblioteca, sala de pesquisa, loja cultural e espaço multiuso para eventos, oficinas e rodas de conversa.

| Fotos por Emanuelle Gomes e Jesiel Braga/PMM

Fotos completas no Flickr:

Link 1: https://flic.kr/s/aHBqjCjB3Y Link 2: https://www.flickr.com/photos/202152294@N07/albums/72177720327168736/

Sarah Monte Lopes

Sarah Monte Lopes

Verificado
Assessora de Comunicação
6 matérias publicadas

Sarah Lopes é bacharel em Jornalismo pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Tenho experiência em redação, reportagem e produção audiovisual, desenvolvida na Agência Experimental de Comunicação (AGCOM), onde pude explorar diferentes linguagens e aprofundar minha prática jornalística em diversos formatos. Atualmente, atuo como assessora de comunicação na Secretaria Municipal de Saúde, onde também desempenho funções na Secretaria Municipal de Comunicação como social media, roteirista e filmmaker. Meu trabalho envolve desde a criação de conteúdo estratégico até a produção de materiais audiovisuais, sempre com foco em uma comunicação clara, criativa e eficaz.

Mais publicações de Sarah Monte Lopes Verificado

Assessora de Comunicação