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Profissionais da Educação do município de Macapá participam de formação de combate à intolerância religiosa nas escolas

Aproximadamente 150 profissionais, entre diretores, coordenadores pedagógicos e professores, participaram da capacitação

Por Mary Paes - Secretaria Municipal de Educação

Formação reuniu cerca de 150 profissionais da educação municipal | Foto: Mary Paes/PMM

A intolerância religiosa existe, principalmente, onde inexiste o conhecimento sobre a diversidade das religiões.  Partindo dessa premissa, a Prefeitura de Macapá, por meio da Secretaria Municipal de Educação, trouxe para a pauta, nesta segunda-feira (18), a Formação de Combate à Intolerância Religiosa nas Escolas.  O evento aconteceu na Universidade do Estado do Amapá (UEAP), centro da capital, e reuniu aproximadamente 150 profissionais da educação do município, entre gestores, coordenadores pedagógicos e professores.

De acordo com o coordenador do projeto, Augusto Neto, chefe da Divisão da Diversidade (SEMED), a capacitação busca evidenciar o respeito às diversas religiões e manifestações religiosas, como forma de contribuir para o relacionamento interpessoal no ambiente escolar e na formação intercultural das crianças da rede municipal de ensino de Macapá. Neto ainda enfatizou o envio de convite aos líderes religiosos de matrizes africanas, católicos e protestantes e demais manifestações religiosas, para participação no evento. Aqueles que aceitaram o convite, compuseram o dispositivo e palestraram sobre os temas propostos na formação.

O secretário municipal de Educação, em exercício, Marcelo Oliveira, destacou que as escolas municipais já desenvolvem projetos voltados ao combate à intolerância religiosa. “Esta formação de hoje só vem reforçar aquilo que já é trabalhado nas nossas unidades de ensino, por meio dos projetos temáticos desenvolvidos no âmbito escolar e fora dele, quando levamos essas manifestações religiosas e culturais para eventos realizados em outros espaços”, ressaltou Oliveira.

Sirlene Almeida, professora do 2º período na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Maria Jose de Souza e Silva, no Jardim Felicidade, falou da importância do evento para os profissionais da educação. Para ela, é preciso estar constantemente trabalhando essa questão da intolerância religiosa no ambiente escolar, onde alunos, muitas vezes, são discriminados pelo uso de indumentárias, estilo de cabelo e crenças diferentes daquela considerada padrão.

“Vivemos num país laico, e é preciso ensinar para os pequenos o que isso significa. Na escola de educação infantil, trabalhamos o respeito às manifestações religiosas e culturais de forma lúdica, para que a criança, desde a primeira infância, possa crescer compreendendo as diversidades religiosas e tendo respeito por cada uma delas”, disse a professora.

A Yalorixa Mãe Carmen de Oyá, contou uma das situações que viveu por consequência de racismo e intolerância religiosa, por parte dos próprios vizinhos, enquanto fazia um preparo de ervas para cura. “Algumas pessoas têm esse comportamento de demonizar as religiões de matrizes africanas, porque se negam a conhecer e a respeitar as crenças que não seguem os mesmos preceitos do evangelho pregado por eles”, frisou a Yalorixa, que ainda discorreu sobre a Lei nº 11.635/2007, que combate a intolerância e a discriminação religiosa, e as desigualdades criadas em função da fé e do credo religioso que possam atingir, coletiva ou individualmente, os membros da sociedade civil.

A experiência religiosa faz parte da vida em sociedade, independente do contexto histórico. E o aluno traz consigo toda essa vivência experienciada no seio familiar. Então, as questões religiosas devem ter seu espaço em sala de aula, com liberdade e livre de preconceitos, de forma a se combater as intolerâncias em todas as suas formas.  

Participaram da formação o Grupo Cultural Hora do Axé, o coordenador pedagógico Michel Chagas (SEMED), representantes da UEAP e os líderes religiosos Pai Marcos Ribeiro – Coordenador de Ancestralidade do Fórum Nacional por Soberania Alimentar e Nutricional do Povo Tradicional de matriz Africana (FONSAMPOTMA), Yalorixa Mãe Carmen de Oyá, professor Neto Medeiros, coordenador de Articulação Política do FONSANPOTMA, que tratou o tema da Educação para as relações étnico raciais no enfrentamento ao Racismo Religioso.

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Marinalva Paes Santana, conhecida no jornalismo e nas artes como Mary Paes, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo (2011). É escritora e poeta. Atua na área de Comunicação Interna e Assessoria de Imprensa desde 2008, com ênfase no jornalismo digital e, principalmente, na assessoria de imprensa no estado do Amapá. Trabalhou por quase 16 anos na área de Comunicação dos Correios do Amapá. Paralelamente, prestou serviços de assessoria voluntária a inúmeros grupos culturais e artísticos do estado, com destaque para o FIM – Festival Imagem Movimento, o cineclube Clube de Cinema, a Cooperativa Imagem e Cia, o coletivo Fotógrafos Anônimos, o Coletivo AP Quadrinhos, entre outros. Mantém uma editoria cultural na revista paulista Arte Brasileira, onde escreve exclusivamente sobre artistas do Amapá em destaque pelo mundo. Também produz conteúdo para seu próprio portal/blog e colabora com outros veículos de comunicação amapaenses. Desde fevereiro de 2023, integra a equipe de Comunicação da Prefeitura de Macapá.

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